Alguns dias atrás, uma pessoa do meu convívio familiar, com
lagrimas nos olhos, me contou que, o professor de educação física da escola em
que estudava, por motivos pessoais, havia abandonado o cargo e um substituto
assumiu seu lugar. Acontece que em alguns meses ele havia revolucionado a
maneira como essa escola estava acostumada a ter aulas de Educação Física, ou
seja, ele instituiu períodos de aulas praticas e teóricas e um rodizio entre os
esportes praticados nas aulas praticas, não ficando preso apenas ao velho
"rola bola".
Nota: Para quem não sabe o "rola bola" é um termo
usado dentro da Educação Física para identificar alguns maus profissionais que
sentam em uma cadeira, entregam uma bola para a classe e ficam durante toda a
aula lendo jornal ou mexendo no telefone celular.
Nas aulas teóricas o professor ensinava regras e benefícios
do esporte, e realizava provas de sua matéria, podendo o aluno reprovar o ano
caso não atingisse a pontuação necessária, seguindo como em todas as
disciplinas da grade curricular daquela escola.
Acontece que, infelizmente os alunos eram acostumados a ter
o horário de Educação Física livre para fazer o que quisessem (assim como na
explicação do "rola bola") e começaram a reclamar muito do novo
professor e seus métodos. Alguns diziam que queriam apenas jogar futebol
durante todo o horário, outros que não queriam fazer as aulas ou que estavam
cansados.
O Professor se manteve com o pulso firme, dizendo que a
falta na sua aula só seria justificada com atestado médico ou algum motivo
muito serio, afinal de contas, sendo a Educação Física uma disciplina presente
na grade curricular obrigatória, por que trata-la com desdém ou dar menos
importância a ela, fato que vem acontecendo ao longo dos anos.
Tudo até aqui são fatos que vem acontecendo todos os dias,
principalmente, em nossa rede de ensino publica, mas o que vem a seguir foi o
que realmente me deixou indignado.
Os alunos se organizaram e foram até uma das supervisoras da
escola. Eles pediram para que ela conversasse com o professor, querendo que ele
os liberasse das aulas ou que os deixasse a vontade. Essa supervisora ao invés
de chamar o professor e conversar em particular e ter uma conversa para
entender a situação, ela "detonou" o professor na frente da classe inteira
dentro da sala de aula, desautorizando completamente o profissional perante os
adolescentes. Dizendo que ele deveria fazer a vontade dos alunos, por que as
aulas de Educação Física serviam apenas para tirar o estresse dos alunos, e
ainda disse que o profissional deveria estar presente na quadra da escola
apenas para garantir que os alunos não se machucassem.
Quando terminei de ouvir isso fiquei indignado. Como uma
profissional da área da educação pode ter esse tipo de atitude?
Então quer dizer então que, uma pessoa passa anos estudando para poder ensinar seus alunos, planeja suas aulas querendo ser respeitado pelo menos por seus companheiros de profissão e ele serve apenas para não deixar que os alunos machuquem numa quadra de escola?
Então quer dizer então que, uma pessoa passa anos estudando para poder ensinar seus alunos, planeja suas aulas querendo ser respeitado pelo menos por seus companheiros de profissão e ele serve apenas para não deixar que os alunos machuquem numa quadra de escola?
Na verdade eu contei toda essa historia que é real, pois eu
tive a comprovação de outras pessoas que estiveram lá também e relataram a
mesma situação, para lembrar aos professores e estudantes do nosso país que
precisamos valorizar nossos professores sim, mas que enquanto não aprendermos a
nos respeitar quanto profissionais, independentemente da área de ensino
exercida, não vamos ganhar o tão almejado respeito e valorização da população e
dos nossos governantes. Não foi uma
pessoa qualquer que desrespeitou aquele professor, foi uma colega de trabalho. Será
que é esse o respeito que o educador físico merece?
Qual a diferença?
Desculpem o desabafo!
Qual a diferença?
Desculpem o desabafo!