sábado, 24 de fevereiro de 2018

Preto de novo!

Ainda ontem você respirava, sorria, mandava beijos e brincava com sua sorte.
Ainda ontem você fazia planos sobre o futuro e sobre o seu filho.
Ainda ontem...
Aquele violão desajeitado que você amava, reproduzia Legião, Pearl Jam, etc...
Hoje com as mãos geladas e uma expressão de serenidade, nos despedimos. Com o dever cumprido naquela despedida eterna que não terminava nunca. Lembranças e lagrimas. Luto.
Ainda ontem tínhamos esperança de seu restabelecimento, de poder ter seus sorrisos e discutir aqueles assuntos polêmicos que ninguém deveria discutir. Queria continuar te ver lutar contra esse adversário implacável e sair vitoriosa. Sei que em minha maneira egoísta de enxergar a vida eu queria te ver tripudiar em cima deste mal que venceu o seu corpo físico, mas que nunca venceu seu coração corajoso que nunca se revoltou contra a sorte, nunca reclamou, nunca blasfemou contra a divindade. Um dia eu quero ser merecedor de te reencontrar bem melhor, sem as marcas que este mal causaram ao seu corpo físico. Quero te reencontrar apenas com a luz que todo esse sofrimento te ascendeu de dentro para fora.
Ainda ontem aquele aperto no peito. Te ver e me sentir impotente. Querer te ajudar e me doar mas infelizmente me sentir humano.
Ainda ontem podia ouvir sua voz doce e cada vez mais dependente nos dizer palavras de esperança.
Ainda ontem você nos prometeu que nunca desistiria e assim o fez. Lutou até o fim, e sei que esta melhor que nós, nos braços de nossos ancestrais. Sei que esta mais feliz e que logo estará em condição de retornar ao progresso sem fim, que existe em todas as formas de vida em todos os lugares do cosmos.
Descanse em paz guerreira!
Nós te amamos muito.

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