sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Como Mentiras e Balas De Fogo!

Então eu confesso, eu fiz besteira quando te dei uma segunda chance!
fiz o que qualquer cara apaixonado faria, agi sem pensar, com o coração gritando pedindo para você ficar, mesmo com todas as evidencias apontando contra, mesmo com o próprio Odin dizendo em voz alta que você não mudaria da noite para o dia..
Era como ver o meu reflexo no espelho, te ver sorrindo era como me ver feliz, ver a sua dor era como arrancar um pedaço do meu peito... Nesse momento é que eu me coloquei a frente do tiro mortal, esperando que meu peito fosse arrebentado e dilacerado por um bala de 762, mas acontece que a bala veio de onde eu nem imaginava, ela veio do ser protegido e penetrou na cervical, bem acima dos ombros... antes de tombar o corpo inerte ao solo... sangrando... chorando... eu pensei olhando nas mãos daquela que eu queria proteger, "por que?", a fumaça ainda saia do cano quente, "por que?", talvez eu nunca saberei, ao tentar falar percebi que a bala transpassou dilacerando também minhas cordas vocais e traqueia... Era questão de tempo, pouco tempo aliás, a visão escurecia e o gosto de sangue na boca me dizia que o fim estava próximo, os olhos tentando ficar abertos, procurando um rosto, aquele rosto assassino e angelical, que me prometeu o céu e todas as suas estrelas e constelações, segredos... que já havia me aquecido como uma enorme supernova, e me ditado poesias tão tênues que Orfeu, Shakespeare e Fernando Pessoa ficariam encantados e invejosos, ceifou de mim os poucos anos que eu ainda teria na terra...
Nos últimos momentos ela ainda me pegou no colo e me abraçou, pude ouvi-la dizer "me perdoe, eu não queria te ferir"... Me lembrei da fabula do escorpião, que sem querer ferroou quem o impedia de se afogar, porque simplesmente não conseguia ir contra a sua natureza...e eu não podia mudar a minha essência.. Meu coração acelerou ao ouvir aquilo, não sentia ódio, estava tudo confuso, mas ódio, não .. Não existia mais dor, apenas olhos indagantes a fitar aqueles olhos grandes e lindos que choravam... Suas lagrimas se misturavam ao meu sangue que em virtude do compasso do meu coração, jorravam mais e mais o liquido escarlate... nesse ponto eu já não conseguia mais enxergar, apenas escutava outros passos que chegavam devagar," te espero ali, não demore" ele disse...  foi então que percebi duas coisas.. haviam dois tiros, havia mais um tiro na altura abdominal... e percebi também  que as escolhas dela, de não me dizer a verdade me levaram ali... Meu impulso de entrar a frente da bala era sincero.. o que eu nao sabia era que as duas balas eram para mim, desde o inicio!
Meus olhos estavam cansados... de longe eu escutava a Lira de Orfeu me convidando ao sono eterno! De Repente, silencio!
As mentiras que me foram contadas, com intensões puras ou não, mataram o que existia de vivo, belo e feliz dentro de mim... Desta vez vai demorar um pouco mais para que eu renasça mais forte, e talvez com uma leve tendencia a não confiar tanto nas pessoas...
Espero que eu....

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